quarta-feira, janeiro 11, 2006

Portugal

Depois de ler isto, deu-me que pensar. Fico estupefacta que, ao olhar para trás, vejo portugueses e portuguesas que se uniram no intuito de ter um país melhor, e conseguiram. Onde anda a veia revolucionária de cada português? Parece que as pessoas de hoje em dia se sentem felizes por terem liberdade, quando esta de nada lhes serve actualmente. Os senhores do país, que por acaso são colocados no poder por quem vota, fazem o que querem e as pessoas limitam-se a dizer "Ah e tal, a vida anda má, mas tendo em comparação com os tempos de Salazar, isto não é nada, porque nessa altura tínhamos de contar tostões para poder comer". E que tal optarem pelo exemplo da ditadura, pelo lado positivo? Em que o povo se uniu e CONSEGUIU um país melhor? Palavra de honra que detesto este país. Ninguém se mexe para nada, critíca de longe, mas não se envolve em nada. Se todos se juntassem como antigamente talvez se conseguisse fazer algo melhor, mas não. Como diz o Ricardo Pereira dos Gato Fedorento, falam falam, mas não vos vejo a fazer nada. É tão fácil reclamar e ficar-se limitado a isso! Continuo a afirmar que quem não luta pelos seus direitos, não vai conseguir nada. Os portugueses limitam-se a aceitar tudo, mesmo não concordando com nada. Cada migalha que o Estado lhes dá, é uma benção dos céus, quando tudo não passa de uma forma de os calar. Por exemplo, na licença de maternidade poder ser agora de 5 meses. Cinco meses? "Uau!" - dizem certamente muitas mães ou pré-mamãs que por aí andam. Mas comparando com a Suíça, que permite às mães ficarem em casa com os seus filhos com comparticipação a 100% do estado até aos 3 anos, onde fica esse "uau!"?
Estou cansada deste país onde as promessas eleitorais se transformam no oposto após a eleição. Tantas vezes se ouve nos noticiários comparações entre Portugal e outros países onde na maioria das vezes, somos sempre os primeiros dos últimos? Ou por se ter o salário mínimo mais baixo, ou por o poder económico ser tão pouco, onde os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, em que cada vez mais, as fábricas e empresas estrangeiras abandonam o nosso país por falta de apoios estatais e por isso, caem no desemprego centenas de pessoas. Dinheiro é apenas papel impresso e toda a gente mal nota isso. Matam-se e esfolam-se por papel, dá azo a ganâncias e invejas, egocêntricos e prepotentes. Gente mesquinha esta que luta por tão pouco... Muitas vezes penso ao ouvir notícias como a de ontem, que menciona que a segurança social em 10anos não terá dinheiro para reformas e afins, que o ministro devia mas era estar caladinho e em vez disso, sugerir a troca de Mercedes, BMW's e afins (que, para quem não sabe, na transição do governo do Barroso para o Santana Lopes, estes mesmos popós foram mudados porque os meninos se recusam a andar em popós "usados" e ainda, posteriormente trocados na transição do Santana Lopes para o actual 1º ministro) para carros utilitários ligeiros que ficam tão mais em conta e poupam tanto dinheiro aos bolsos dos portugueses!
Vejo pessoas, como o meu pai, que trabalhou uma vida inteira abdicando da convivência com os próprios filhos, abdicando do crescimento dos mesmos sempre em prole do trabalho e agora, numa simulação de pré-reforma, se vê com menos de 100contos para viver. Vejo outras tantas pessoas, ligadas ao estado, que ficam a receber reformas de valores exurbitantes quando trabalharam tão menos que o meu pai. Este país não é justo, definitivamente. Além de cultivar ainda o remorso pelo que aconteceu na guerra colonial, em que chegam a dar subsídios enormes para quem vem dos países da guerra e aos nossos retira tudo, mas o que é isto?! A guerra já foi, já lá vai! E os mais importantes são os PORTUGUESES! Não os da Guiné, ou de Cabo Verde ou Moçambique! Que chegam a vir para cá estudar com subsídio do Estado e que ainda se dignam a gozar com quem paga propinas para fazer o mesmo, a grande custo para os pais ou para os próprios estudantes cujos têm de trabalhar por os pais não terem posses. Tanto dinheiro têm para ajudar os pobres e oprimidos do continente africano - e não só - e tão pouco para ajudar quem é de cá, quem paga os seus impostos, quem vê a sua vida a andar para trás com um salário tão pequeno para rendas, combustíveis, pão (!!!), e tanto mais que não páram de subir! Estou revoltada e não é de hoje. Mas actualmente e sendo agora Mãe, revolta-me acima de tudo ser apenas uma e não poder fazer nada para melhorar a vida do meu filho! E tenho de, infelizmente, concordar com o artigo que li. E transcrevo parte desse artigo para cá: Não terá chegado a altura de passar á acção? De reunir Mães e Pais, advogadas e advogados, médicas e médicos, psicólogas e psicólogos, juízas e juízes, educadoras e educadores, quaisquer outros profissionais que sejam leitores, e criar movimentos dinâmicos que devolvam à mulher o seu inigualável estatuto de Mãe, sem se retirar o adquirido e justo estatuto de Mulher, aplanando e bem solucionando o conflito de interesses entre estas duas, bem como entre elas e a Criança?

Volto a perguntar: Não terá chegado a altura de passar à acção?! Queridas amigas bloguistas e não só, em caso de concordarem e não terem uma vida demasiado ocupada para defender os vossos direitos e, acima de tudo, defender os direitos dos vossos filhos, aguardo quem se queira juntar a mim e ao Sindicato das Crianças de modo a se FAZER alguma coisa, deixando de lado o que é melhor que o passado, mas que mesmo assim não é suficiente! Não basta pensar no problema, nem se queixar sem fazer nada, é preciso AGIR!

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial